A lenda do City, de Guardiola a Foden

A lenda do City, de Guardiola a Foden

Pep Guardiola chegou ao sexto título em oito anos em Inglaterra e completou o inédito tetra com o Manchester City na Premier League, algo que nem Alex

Ferguson conseguiu em 26 anos (e 13 ligas conquistadas) no United. Mikel Arteta perde dois campeonatos com meta à vista, mas é justamente respeitado

pelos adeptos do Arsenal. Jurgen Klopp sai merecidamente em glória do Liverpool, mesmo com um único título de campeão inglês.

Três conclusões: perder com Guardiola não deslustra, que outro fosse o rival e Klopp, por exemplo, deixaria decerto mais duas ou três ligas no palmarés de Anfield; o futebol é muito mais que ganhar ou perder, também se escreve com cordões de emoção entre o relvado e as bancadas; estar regularmente perto de grandes títulos, discuti-los a cada ano, palmo a palmo, também é ter êxito.

Disputar e ganhar consecutivamente, como Guardiola – vão 11 campeonatos em 14 épocas como treinador – é mais que sucesso, é escrever uma lenda. O

City tinha quatro títulos em toda a sua história quando o catalão chegou ao noroeste de Inglaterra. Oito anos passados tem 10, mais uma primeira Champions na vitrina e uma série de outros troféus em que avulta um Mundial de clubes. Aquele que era um clube mediano tornou-se o melhor, de modo

hegemónico, no campeonato mais competitivo do mundo. O dinheiro ajudou, mas nenhum dos grandes de Inglaterra gasta pouco e nenhum dos outros tem

história sequer parecida para apresentar em anos recentes.

As lendas são mesmo raras e este City só tem comparação, desde que me lembro bem, com o Liverpool de Rush e Dalglish, o Arsenal invencível de Bergkamp e Henry, o melhor Man United de Ferguson, quando Cristiano Ronaldo já se tinha juntado aos Fergie boys. E estará para continuar.

Por falar de jogadores, vale a pena lembrar os três portugueses na equipa, particularmente Rúben Dias, que se mantém como elemento nuclear, e

sobretudo e obviamente Bernardo Silva, que completa nova época como um dos melhores do mundo. Sem que De Bruyne a regressar em grande para os

meses finais mas ausente grande parte da época e com Haaland abaixo do rendimento da época de estreia, Bernardo tem vaga no pódio dos melhores

citizens do ano, junto do imenso Rodri e do prodigioso Phil Foden. São eles o trio de ases do ano do tetra, com Foden a explodir finalmente para o destino

anunciado. Outro tivesse sido o destino daquele desempate na Champions frente ao real Madrid e o esquerdino inglês poderia ter até a Bola de Ouro no

horizonte.

Assim, e se ninguém fizer o Europeu de uma vida, é Vinícius Júnior quem pode ir dando lustro ao melhor lugar que tem na vitrina. E não será nada injusto.

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