César Peixoto: «Oh Nico [Gaitán], é o César, disseram-me para te ligar…»
César Peixoto está sem treinar há sensivelmente um ano. Recebemos no zerozero o treinador de 44 anos para perceber como foi o ano sem competição, isto depois de se ter tornado o primeiro técnico em Portugal a voltar ao clube do qual tinha saído na mesma época, no caso o Paços de Ferreira. Como trabalhou, como se manteve atualizado, como tentou corrigir erros passados e se se sente preparado para novos desafios: eis algumas das perguntas que tentámos ver respondidas.
Nesta entrevista, o técnico, que teve como primeira experiência o Varzim e depois treinou Académica, GD Chaves, Moreirense e Paços de Ferreira, sublinhou que foi impulsionado pela sua esposa, Diana Chaves, a tirar o curso de treinador e que foi Jorge Jesus quem mais o fez questionar e entender as ideias planeadas por um treinador para um jogo de futebol.
zerozero: Foi um ano sem treinar, o que fez durante este período?
César Peixoto: Acabei por não treinar durante este ano, apesar de ter algumas opções durante o ano para trabalhar. Confesso que foi muito desgastante aquela temporada no Paços de Ferreira. Eu próprio não ia estar a 100 por cento para dar o meu melhor. Durante o ano apareceram algumas propostas, mas não senti que fossem as opções certa para mim. Depois do risco grande que corri quando regressei ao Paços de Ferreira, fiquei a aguardar que me surgisse um projeto mais estável, onde sentisse que podia fazer um bom trabalho e continuar a demonstrar a minha qualidade enquanto treinador, tal como já demonstrei noutras ocasiões. Por opção não trabalhei, mas também por não ter sentido que tenha aparecido o projeto certo.
zz: Sentiu que tinha de parar, olhar à volta, escolher um projeto certo e não à pressa…
CP: É um bocado isso, mas também eu e a minha equipa técnica pensarmos no que podemos melhorar. Já na segunda passagem pelo Paços de Ferreira mudámos algumas coisas, além de quatro jogadores que entraram e deram um upgrade muito grande. Fizemos mudanças na nossa abordagem tática que tornaram a nossa equipa mais forte, mas também analisar o que fizemos mal, o que fizemos de melhor e onde poderíamos melhorar. Foi um ano de aprendizagem, ver muito futebol, fazer alguns estágios… Estive na Turquia e em outros países, como o Brasil, houve sítios onde estive e não revelei. Reuni muitas vezes com a minha equipa técnica, falámos sobre o que os outros treinadores estão a fazer, já pensámos sobre a forma como vamos querer abordar quando entrarmos num novo projeto, seja agora ou a meio da temporada. Infelizmente ainda não estou num patamar onde posso escolher os jogadores para a estrutura preferida, mas tenho de trabalhar várias estruturas e ter isto bem registado, para que todos os que estão na minha equipa técnica possam trabalhar no mesmo formato. Quando entrarmos numa equipa, vamos ter que conhecer o contexto e ver qual a melhor estrutura que vai potencializar os jogadores e a equipa. Temos de estar preparados para qualquer cenário, seja em Portugal ou no estrangeiro.