Do trabalho com Mourinho ao AVC na Turquia: «Foi estar ali à espera que a morte te leve»
Aos 58 anos, José Morais é um dos treinadores portugueses com mais vasto currículo internacional. Depois de, entre outras experiências, ter sido adjunto de José Mourinho no Inter de Milão, no Real Madrid e no Chelsea, o técnico está atualmente no Sepahan, do Irão.
Na segunda parte da entrevista, o treinador analisa o crescimento do futebol saudita, país no qual já trabalhou, relembra os anos passados como adjunto de José Mourinho e recorda o AVC que sofreu na Turquia, enquanto orientava o Antalyaspor.
A primeira parte da conversa pode ser consultada aqui; a terceira parte da conversa está disponível aqui.
Zerozero: Se dissessem ao José Morais que começou a treinar camadas jovens no Benfica em 1991 que este teria uma carreira com passagens por 14 países, acreditava ou era um cenário impensável?
José Morais: Eu nunca me limitei muito em relação ao que poderia ser, mas sempre pensei que poderia melhorar diariamente. Gosto de aprender e tenho entusiasmo em perceber como funcionam as coisas. Aliás, hoje em dia, mesmo estando no Irão, investigo sobre plataformas de inteligência artificial, por exemplo. É o que de mais avançado temos e pode ser uma ferramenta útil em questão de tomada de decisão e em aspetos táticos. Eu procuro investigar, é uma atitude que sempre tive e que me foi ainda mais incutida pelo José Mourinho, ele tem isso na sua liderança. Já nessa altura não tinha limites, lembro-me que, nessa altura, o Paulo Futre me ajudou a fazer um estágio no Atlético de Madrid. No ano a seguir fui fazer um estágio com o Guus Hiddink [no PSV], ainda fui ao Ajax, ao Schalke 04 e ao Borussia Dortmund….