A experiência em França e a descida com o Paços: «Não desejo a ninguém»
ZZ: Fazemos agora uma ponte para França, depois de não se estrear pela equipa principal do FC Porto. Como é que um jovem encarou essa mudança e como é que surgiu?
RP: Eles demonstraram bastante interesse. Tinha várias propostas de equipas da I Liga e foi difícil escolher qual a melhor para a minha carreira. No entanto, temos que perceber que a segunda divisão francesa é forte a nível físico e técnico. Possuem equipas boas, estádios cheios e a qualidade das infraestruturas não fica nada atrás. Falei com algumas pessoas que já lá estavam e toda a gente me aconselhou a ir. O Troyes já estava interessado quando tinham um treinador português, o Rui Almeida. Ele acabou por sair, mas continuaram interessados. Quis arriscar um pouco. Gostei da experiência, apesar de não ter nenhum português comigo. Eles não falam muito bem inglês, ou seja, tive que me desenrascar de outra forma. Aprendi francês num ápice. Pedi logo aulas ao clube, duas vezes por semana. Pouco tempo depois, já estava a dar entrevistas com um português… a roçar o francês [risos]. Gostei muito de estar lá, fora a temperatura, que é um pouco abaixo ao que estamos habituados.
RP: Não, não. Aprendi bastante, joguei com atletas muito bons e tive um treinador bastante competente. O problema é que na minha primeira época tive uma lesão grave, um cenário pelo qual nunca tinha passado. Foi um bocado de azar, uma vez que tive esse infortúnio num jogo que já estava a acabar. Contraí uma rotura de ligamentos no joelho e deram-me autorização para regressar a Portugal para ser operado. Depois apareceu a pandemia e o nosso campeonato foi dos poucos que não chegou a ser retomado. Estávamos a um ou dois pontos dos lugares de subida… Faltavam ser disputados dez encontros, porém, nunca aconteceram. Ou seja, quem estava nos dois primeiros postos, acabou por subir. Na segunda época, já regressei aos relvados e conseguimos a promoção, inclusive.
ZZ: Como foi o processo de regressar aos treinos? Sentiu medo?