I have a dream: Arsenal passa no teste de Old Trafford
O Teatro dos Sonhos deixou de representar pedaços de terror para os adversários. O palco pertença do United é território amistoso, cada vez mais, e o Arsenal aproveitou a gentileza para levar até ao limite a luta pela Premier League. 0-1 este domingo, golo de Leandro Trossard, o 17º golo do belga esta época.
Ao minuto 20, os gunners resolveram o clássico. Com Casemiro a posicionar-se uns bons metros atrás da linha defensiva, e a dar espaço à profundidade do Arsenal, Kai Havertz fugiu e cruziu na direita. Trossard, a poucos metros da baliza de Onana, encostou para o único golo do jogo.
I have a dream, com a devida licença do génio de Martin Luther King. O Arsenal espera desde 2004, há 20 anos, pela conquista do título inglês. O sonho mantém-se vivo, a uma jornada do fim. Mikel Arteta teve o dom de produzir o renascimento da ambição e da competitividade que pareciam perdidas desde o adeus de Arsène Wenger. Claro que o ManCity tem a última palavra, mas a época do Arsenal está a ser francamente boa.
Em sentido contrário, o que resta dizer sobre este pobre United? O oitavo lugar representa a pequenez do projeto comandado por Erik ten Hag, carregado de vulgaridade em funções vitais. A 14ª derrota da época confirma o pior registo de sempre e a obrigatoriedade de um delete urgente.
Uma vitória nos últimos oito jogos, contestação aberta ao treinador e a vários jogadores, um cenário penoso para um dos monstros do futebol europeu. Diogo Dalot fez os 90 minutos no lado direito da defesa de Manchester, Fábio Vieira não saiu do banco do Arsenal. Bruno Fernandes continua lesionado.
O United teve mais bola, quis levar qualquer coisa do jogo, mas o pragmatismo de Arteta teve tanto de inteligente como de eficaz. É assim, com solidez, que se ganham campeonatos – sete clean sheets nos últimos oito jogos. Veremos o que o último capítulo da Premier League nos reserva.