OPINIÃO | 28 de abril, sempre!
1. Esta noite estou tão frágil
O FCP está frágil. Fechado sobre si mesmo, embrenhado numa luta interna, está exposto a eventuais ataques e menos capaz de lidar com as suas debilidades.
Após mais de quatro décadas de poder praticamente absoluto, era inevitável que a mais ténue perspetiva de mudança nos trouxesse aqui. Do mesmo modo, a mudança é, em alguma altura, uma certeza. “Not even stars last forever”, pelo que, mais tarde ou mais cedo, aqui estaríamos.
Assistimos, sem margem para dúvidas, ao nascimento de um novo FCP. Ainda que Pinto da Costa venha a ganhar as eleições de daqui a pouco, o clube não voltará a ser o mesmo. O tempo do unanimismo terminou, a espécie de ditadura paternal em que vivemos há décadas – por nossa escolha, em nosso benefício e para nosso grande conforto, diga-se – acaba nesta campanha eleitoral. Pelo simples facto de ela ter existido. Resta saber se nós, portistas, estamos preparados para este admirável mundo novo.
2. Erros meus, má fortuna
A alternativa AVB não nasceu, do meu ponto de vista, de modo brilhante. Aquela aura de esotérico sebastianismo do predestinado é, para ser simpático, muito menos do que os portistas merecem. Enquanto argumento é ridículo e como declaração de intenções é ainda pior. E, no entanto, AVB soube, a partir daí, criar um movimento que ganhou peso, arrastou mais gente do que os adversários supunham e capitalizou boa parte do descontentamento dos portistas. Numa campanha “à americana”, pareceu sempre marcar o ritmo dos dias e obrigou os seus adversários a seguirem os seus passos.