Triste e duro fim

OPINIÃO | Triste e duro fim

O encerramento da liga portuguesa ocorreu em Braga, com uma Pedreira engalanada e repleta de vermelho e branco para receber o FC Porto, no jogo de maior cartaz da derradeira jornada. Estavam criadas as condições para um grande jogo, com a elevada afluência de público e com a mensagem, em forma de cenário, criada pelas claques à equipa brácara, que mostraram uma vez mais o lado positivo e útil da sua existência. A mensagem escrita pedia à equipa para lutar até ao último segundo e até à última gota de suor, pela renovação do terceiro lugar.

As equipas, SC Braga e FC Porto, estavam separadas por um ponto, pelo que o resultado definia o ocupante final do terceiro lugar do pódio. Antevia-se um duelo interessante, que se poderia traduzir numa boa ação de propaganda do futebol, em função do contexto de presença de duas boas equipas, ainda que os arsenalistas chegassem em aparentes melhores condições ao encontro. Faltava indicar um árbitro que desse garantias de ajudar na promoção do espetáculo, pelo que não se recomendava, à priori, a indicação de um árbitro que não desse garantias de bom desempenho, o que ajuda a estranhar a insensatez de nomear Nuno Almeida para tão importante partida.

O jogo começou com respeito das duas equipas, sabendo cada uma o que precisava de fazer para alcançar aquilo a que se propunha, estando neste aspeto os bracarenses em pior situação, uma vez que se viam obrigados a vencer, ao passo que os portistas jogavam com o empate e a vitória, como resultados que os favoreciam. Contudo, uma dezena de minutos bastou para que o árbitro algarvio estragasse o jogo, ao expulsar de modo ridículo o defesa espanhol Víctor Gomes, subtraindo muito precocemente um elemento na formação de Braga. Num período tão madrugador do encontro o árbitro só deveria mostrar o segundo cartão amarelo tendo a certeza absoluta do que estava a fazer, ainda que isso deva ser uma preocupação em qualquer altura de um jogo, uma vez que o protocolo do VAR não permite a intervenção nestas situações, algo que deve merecer reflexão em futuras alterações.

Com uma unidade a menos em campo, e tendo pela frente um adversário de respeito, os Gverreiros do Minho uniram-se, não desistindo daquilo que os movia no encontro, formando um grupo coeso que fosse capaz de disfarçar as debilidades causadas pela péssima decisão arbitral, que foi no engodo promovido por Galeno ao cair, enganado o árbitro. O jogador teve um ato irrefletido, com consequências nefastas para uma casa que o tratou como um bom filho enquanto ali viveu, algo que tornou a noite difícil ao jogador em função da hostilidade do público que não perdoou aquela ação.

O jogo foi decorrendo e o árbitro foi acumulando erros, com o destinatário do prejuízo a manter-se inalterado, o que adensou as dificuldades bracarenses. Facilmente vêm à memória alguns lances mal julgados pela arbitragem para além da expulsão injusta e caricata já descrita, como o lance de Ricardo Horta na área, que seria passível de grande penalidade, ou a jogada em que Bruma seguia isolado para a área portista, interrompida por uma falta que não existiu, ou a bola que João Moutinho introduziu na baliza portista, depois de o árbitro ter apitado precipitadamente, ou, ainda, o único golo existente, que foi precedido de uma falta a meio-campo, que nem a tecnologia ajudou a corrigir. Enfim, foram erros a mais, que não se estranham demasiado por virem deste árbitro. Nuno Almeida prejudicou o SC Braga, mas prejudicou especialmente o futebol, ao estragar um jogo que tinha tudo para ser interessante.

E assim chegou ao fim a liga portuguesa, que para a Legião do Minho foi triste e duro em função do seu desfecho. As posições não se alteraram na primeira metade da tabela classificativa, ao passo que na zona baixa da classificação foi até ao último segundo que se lutou para se conhecer quem disputava o playoff, entre Portimonense, Boavista e Estrela da Amadora, com a fava indesejada a caber aos algarvios que tinham vencido em Faro, mas viram o Boavista resgatar um ponto ante o Vizela numa grande penalidade que o VAR ajudou a marcar, no último lance da partida. Para os axadrezados a existência do VAR fez todo o sentido, pois assim evitou cair na perigosa zona de disputa do último lugar do primeiro escalão com o AVS, terceiro classificado da segunda liga. E como têm sido nefastos estes duelos para as equipas do primeiro escalão que os disputaram desde a sua criação.

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *