O título de campeão Sub-19 voltou a Braga

O título de campeão Sub-19 voltou a Braga

O campeão nacional de Sub-19 volta a morar em Braga, após a recuperação de um título que escapava desde a época 2013/2014. Porém, a primeira conquista, que valeu festa rija na “Braga Augusta”, surgiu em 1976/1977, quando o SC Braga se sagrou campeão deste escalão, o que levou às ruas as gentes

brácaras para celebrar tamanho feito. Eram tempos de “vacas magras” em que se valorizavam os raros sucessos obtidos, pois os hábitos atuais são bem mais opulentos.

Em relação ao primeiro campeonato vencido há poucos registos, sabendo-se que na baliza estava, entre outros, António Caldas que viria a fazer uma carreira longa como atleta, em várias divisões, e serviu o SC Braga em diversas funções ao longo de muitos anos, integrando atualmente o elenco da NEXT, tendo também estado várias temporadas os bracarenses nas funções de treinador, chegando ao topo do clube quando liderou, de modo interino, a equipa principal na época 2007/2008, morando ainda hoje na memória de todos a vitória por 3×0 frente ao Sporting, alcançada na Pedreira. Outro nome importante da primeira equipa campeã foi o central Nelito, um vilaverdense que fez carreira longa em Braga. Era responsável máximo nesta conquista Carlos Baptista, que dividiu a sua longa carreira no SC Braga entre o amor e a paixão, cuja dedicação perene ao clube é amplamente reconhecida no universo bracarense.

Saltando no tempo, o segundo campeonato nacional da primeira divisão de Sub-19 ocorreu na época de 2013/2014, época em que o SC Braga liderado por Pedro Duarte venceu com todo o mérito e encheu de orgulho o mundo braguista com a segunda coroação, várias décadas depois da primeira. Desta equipa sobressai, ainda hoje, o nome de Tiago Sá que tem feito uma extensa carreira no clube que preenche o seu coração, ainda que arredado de um papel principal na equipa que chegou a ser seu no SC Braga. Contudo, desse grupo houve outros atletas que vaguearam pelo escalão principal ao longo dos anos, como Gil Dias, a maior referência ao nível de patamar atingido, Joca, que joga no Rio Ave e onde se destaca diversas vezes pela sua qualidade, André Bukia, José Gomes, Reko ou Nené, ainda que nenhum tenha atingido o patamar elevado que se augurava na altura.

Esta temporada foi alcançada uma espécie de “tricampeonato” espaçado no tempo, com o Benfica a ficar em segundo lugar, tal como na conquista anterior. Ao leme desta vez está Pedro Pires que liderou uma equipa do SC Braga que chegou novamente ao topo. A primeira fase, já tinha dado indicações positivas com o segundo lugar alcançado, apenas atrás do FC Porto e à frente de outros dois emblemas minhotos apurados para a fase de apuramento do campeão, Vitória SC e o campeão em título FC Famalicão, com os jovens Gverreiros a registarem treze triunfos, quatro empates e cinco derrotas.

Apesar do bom desempenho anterior, os bracarenses não eram olhados como favoritos à conquista do título na fase decisiva, ainda que no interior do grupo houvesse uma vontade grande de fazer história, como veio a acontecer no final. Os adversários não levaram muito a sério o bom percurso arsenalista e quando perceberam que em Braga podia morar o novo campeão já era tarde, pois a vantagem alcançada permitiu uma gestão cuidada à medida que a competição se aproximava do seu epílogo e, no fim, houve mesmo festa bracarense na Cidade Desportiva, que hoje oferece condições de excelência à formação que não se podem comparar com as que existiam nas duas conquistas anteriores.

A possibilidade de chegar ao título foi crescendo, mas nunca houve a tentação de chamar nomes fortes como Tomás Marques, Chissumba, Kauan Kelvin, João Vasconcelos, Dinis Rodrigues, Diego Rodrigues, Afonso Duarte ou Roger Fernandes, que jogavam em escalões acima, valorizando o plantel existente e fazendo crescer os miúdos que constituíam o plantel num contexto vitorioso, em que trabalho fortaleceu “o espírito de grupo, conseguindo manter os jogadores envolvidos no processo” ao longo do tempo, e incutiu na equipa uma “mentalidade vencedora e de crença que era possível vencer em qualquer campo”, como sublinha Pedro Pires. Para memória futura ficam bem guardadas em todos as imagens da alegria imensa e da festa de um coletivo que chegou ao patamar mais elevado.

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