Época atribulada não perturba ambição catalã: «No Barça há sempre pressão e obrigação de ganhar»
«Um Barça muito curto fisicamente» é o que se pode esperar em Yerevan, na final four da UEFA Futsal Champions League, mas desenganem-se os que pensam que isso significa uma equipa catalã com menos fome de vencer do que o habitual. Campeão europeu em quatro ocasiões, o clube blaugrana está na Arménia com uma só missão: recuperar o trono e igualar os cinco títulos do Movistar Inter, recorde da prova.
De forma a perceber melhor a realidade atual do clube onde militam os portugueses André Coelho e Erick Mendonça, o zerozero conversou com Gerard Artigas, treinador de futsal e licenciado em Ciências da Atividade Física e Desporto. Profundo conhecedor da realidade catalã, Artigas não perdeu tempo em apontar a questão que mais se ouve falar por estes dias naquela parte de Espanha: as lesões.
«Muitos lesionados durante toda a temporada, o que fez com que tivessem que dar muitos minutos a jogadores da equipa B. Chega [a Yerevan] com jogadores recentemente saídos de lesão: Pito não jogava há um mês devido a uma pubalgia, o Ferrão leva três jogos porque vem de lesão longa, o Sergio Lozano regressou há uns meses depois de dez meses de baixa, mas teve um problema muscular que o afastou por três semanas. O Dyego não vai jogar e é uma baixa super importante. O Álex Yepes também não joga», revelou-nos.
«As lesões ainda se notam porque há muitos jogadores que estão curtos a nível de ritmo competitivo. Durante toda a temporada tiveram muitos treinos com apenas seis, sete jogadores da primeira equipa e isso não te permite crescer como coletivo», acrescentou ainda.
As lesões são problemáticas, naturalmente, e abrem a porta a maiores dificuldades para o coletivo. Nos últimos encontros realizados pelo FC Barcelona, há reparos a fazer pelo técnico: «Têm que competir melhor. Nos últimos jogos da liga ofereceram muitos golos por erros individuais ou a nível da ativação defensiva em grupo.»
Tantos problemas ao longo da temporada levaram a que Jesús Velasco fosse obrigado a alterar ligeiramente o ADN da equipa. Gerard Artigas apontou dois aspetos particularmente relevantes que foram, a espaços, alterados na filosofia catalã por força das circunstâncias.