Villas-Boas sobre a transição: «É lamentável que o FC Porto não seja o exemplo que outros clubes foram»

Villas-Boas sobre a transição: «É lamentável que o FC Porto não seja o exemplo que outros clubes foram»

André Villas-Boas é, oficialmente, o 32.º presidente da história do FC Porto. O vencedor do sufrágio de 27 de abril tomou posse, esta terça-feira, como presidente portista, numa cerimónia realizada na tribuna VIP do Estádio do Dragão.

Após a cerimónia, Villas-Boas deslocou-se à zona mista para falar com a comunicação social e responder às várias questões. O novo presidente do FC Porto voltou a tocar na questão da recusa dos atuais membros da SAD em renunciar aos cargos e reagiu às declarações de Jorge Nuno Pinto da Costa, que disse querer marcar presença na final da Taça de Portugal.

Estado de espírito e mensagem aos sócios: «Muitas emoções positivas. Números mágicos que se juntam de certa forma, porque com 32 anos fui apresentado na mesma sala como treinador do FC Porto e, felizmente, resultou num ano magnífico para nós. Hoje sou apontado como 32.º presidente do FC Porto. Aos sócios, uma mensagem de união e força. O FC Porto tem que se encontrar rapidamente com o título nacional. Essa é a fonte principal da nossa motivação. Somos uma equipa feita para vencer, com um currículo invejável e com um legado que nos é deixado de grande responsabilidade. Agradecer a confiança depositada em mim e espero corresponder à exigência da mesma forma. Esse é um compromisso maior, serei sempre o transportador do seu portismo e espero estar à altura do desafio.»

Apelo à SAD feito no discurso de tomada de posse: «Isto é tudo uma situação muito sensível. Em primeiro lugar, ninguém quer por em causa uma transição suave por parte da direção, que é confirmada hoje, mas sobretudo na parte da sociedade anónima desportiva (SAD). O tempo urge, porque há decisões fundamentais que têm de ser tomadas, e uma situação destas, já teve vários exemplos no futebol português, não é benéfica para ninguém. Seria sempre uma renúncia que facilitaria processos de decisão, de direção e seria também um ponto de referência para os funcionários que se encontram aqui entre o presidente de um clube e o presidente de uma SAD, com a importância histórica que tem o presidente Jorge Nuno Pinto da Costa.»

«Não posso fazer mais pedidos. Cabe aos próprios assumirem que quanto mais breve e mais rápida for a transição, melhor. A realidade é que a 31 de maio é tarde. Queremos fazer tudo para que seja uma transição suave e respeitada de todos os elementos que tanto deram ao FC Porto. A verdade é que os sócios ditaram uma mudança e essa mudança tem que ser respeitada. Se a mesma pudesse ser abreviada, com sentido de responsabilidade por parte das pessoas, melhor. Não posso fazer mais nada. Cabe aos próprios decidirem por sua conta. Nós estamos ao trabalho hoje e, como no resto dos dias da minha vida, cheguei cedo ao trabalho e é assim que conto ficar nos próximos dias. As primeiras reuniões com os funcionários, conhecê-los, conhecer as equipas, abraçar este projeto de corpo e alma e dedicar-me a ele com essa força de portismo que represento.»

Centro de Alto Rendimento do Olival ou Academia da Maia: «Para já, foram conversas iniciais com os dois presidentes de câmara e que correram bastante bem. Há abertura por parte dos dois para a construção dos projetos. São projetos que, como sabem, não têm muito a ver um com o outro, sobretudo do ponto de vista da unidade, velocidade de construção e custo de obra. É uma decisão maior, de grande responsabilidade. Gradualmente, vamos tomando conta dos dossiers para tomar a melhor decisão. Ontem tivemos uma reunião com o arquiteto Manuel Salgado para perceber todo o entendimento da academia da Maia e a verdade é que ainda é preciso orçamentá-la, ter o projeto financeiro para a mesma e depois escolher a melhor solução para o futuro do FC Porto. São dois projetos bem diferentes. Há um que é de execução mais rápida, eficaz e unitária e outro que é uma obra que bem dignifica o FC Porto e a sua formação, mas com outro tipo de custos e considerações a ter em conta. Portanto, máxima atenção a ambos os projetos. A decisão que for tomada será a melhor para o futuro do FC Porto.»

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