De dono da baliza da Alemanha à miséria: «É uma batalha chegar ao fim do mês»

De dono da baliza da Alemanha à miséria: «É uma batalha chegar ao fim do mês»

Os cabelos longos, em jeito de permanente, eram marca registada nas cadernetas. Passou o Euro80, o Mundial82 e o Mundial86 no banco de suplentes, conformado com o carisma de Harald Schumacher, até ter a oportunidade de uma vida. No Campeonato da Europa de 1988, realizado precisamente na Alemanha, Eike Immel foi finalmente o dono e senhor da baliza da Mannschaft.

36 anos depois, Immel é um homem vencido pela vida. Dependente de um subsídio estatal, vive no limiar da pobreza e dependente da ajuda de amigos. Uma história, mais uma, de um profissional de futebol incapaz de gerir a fortuna acumulada ao longo da carreira.

«Vivo em Stadtallendorf, onde nasci, e recebi 1136 euros mensais de reforma. 573 euros vão para a renda da casa e os outros 562 euros para tudo o resto. É uma batalha chegar ao fim do mês. Às vezes restam-me dois euros», confidencia, envergonhado, ao programa Sat.1, da televisão germânica.

Eike Immel ganhou «muitos milhões» e passou por clubes de grande dimensão. Além das 19 internacionalizações pela antiga RFA, vestiu as camisolas de Borussia Dortmund (1978 a 1986) e Stuttgart (1986 a 1995), antes de experimentar a Premier League: fez 48 jogos em dois anos com o Manchester City.

O Euro88 podia ter sido o seu instante de glória, mas morreu nas meias-finais. A Holanda, de Van Basten e companhia, ganhou por 2-1 em Hamburgo e seguiu para a consagração em Berlim. Immel não voltou a ser chamado à seleção e levou com a acusação de «culpado», embora a esta distância se perceba que pouco ou nada poderia ter feito nos golos holandeses.

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