Funeral na capela vizinha
Mais duro não poderia ser. O Vizela é a primeira equipa a confirmar a despromoção, depois de perder em casa do Moreirense, vizinho e maior rival. O jogo foi um reflexo da temporada vizelense: muita intranquilidade, muito inconsequente e defensivamente tenebrosos. O Moreirense foi mais equipa durante toda a partida e poderia ter chegado ao intervalo com números bastante expressivos, não fosse o desperdício ofensivo.
Sexta-feira à noite, chuva e frio: foram estes os condimentos para um derby que poderia ser decisivo e histórico. O Moreirense, ainda na luta pelo sexto lugar e pela melhor pontuação de sempre no primeiro escalão – 52 pontos conseguidos por Ivo Vieira em 2018/19 – tinha ainda a motivação de poder despromover o seu eterno rival. Já o Vizela chegou a Moreira de Cónegos com uma tarefa bem mais hercúlea: recuperar seis pontos em três jornadas, sem confrontos diretos com as equipas acima da linha de água.
Apesar dos estados apenas distarem seis quilómetros, viu-se pouco público na bancada visitante, enfatizando o momento de descrença que paira em Vizela. Passando ao jogo, também houve pouca crença do vizelense. Camacho, aos 4´, desperdiçou um lance clamoroso na cara de Ruberto, abrindo o apetite dos cónegos. Desde a primeira oportunidade de golo, pouco movimento perto das balizas, mas com o Moreirense a controlar mais a posse de bola.
Perto do meridiano do primeiro tempo, aconteceu o momento do jogo. De muito, muito longe, Ofori atirou uma bomba para o fundo das redes, candidatando-se a golo da temporada e colocando o primeiro prego no caixão do Vizela. Um tento fenomenal, que fica melhor a cada repetição que passa. Depois do golo, continuou a só dar Moreirense. O Vizela, tal como tem sido durante toda a temporada, foi inconsequente e defensivamente instável, vivendo ofensivamente apenas de remates de longa distância. Aiás e Assué isoloram-se, mas foram batendo em Ruberto.