Um pesadelo pintado de azul
Céu e inferno. Sonho e pesadelo. O futebol é o momento e a distância que separa uma grande conquista de uma derrota marcante é bastante curta. E a Seleção de Sub-17 que o diga…
Num torneio no qual a equipa orientada por João Santos vinha deixando boas indicações, a verdade é que tudo se desmoronou na partida decisiva. Frente a Itália, mais do que a derrota- já por si pesada (3-0)-, o que ficou efetivamente na retina foi a incapacidade lusa face à congénere transalpina.
Ainda que o valor das individualidades portuguesas seja inegável- com Rodrigo Mora à cabeça-, a diferença coletiva em relação à squadra azurra foi demasiado evidente e a derrota de Portugal foi uma consequência natural face ao que se assistiu em Chipre nesta quarta-feira.
Quantas vezes ouviu dizer que se deve aprender com os erros, caro leitor? Pois bem, tendo o jogo das meias-finais como comparação, os jovens portugueses- numa imagem de marca dos adolescentes- ‘ignoraram’ esse conselho e tiveram uma primeira parte tão má como aquela que tinham feito contra a Sérvia.
Com Edgar Mota como única novidade em relação ao último jogo (Duarte Soares ficou no banco), Portugal entrou praticamente a perder. Aos sete minutos, e já depois de Mosconi e Camarda terem rematado ao lado da baliza de Diogo Ferreira, Coletta aproveitou da melhor forma um cruzamento de Cama e cabeceou para o fundo das redes lusas. Importa notar que a jogada do primeiro tento transalpino começou com um passe errado do central Rafael Mota, num cenário que pode ser descrito como o primeiro tiro nos pés da linha defensiva portuguesa neste encontro.
Montada num 4-4-2 losango, a formação italiana pareceu sempre confortável e foi com naturalidade que dobrou a vantagem. Com nova assistência de Cama, aniversariante que inverteu a lógica e decidiu oferecer ‘presentes’ aos seus colegas, Camarda avançou com confiança pela esquerda e, perante a passividade de Rui Silva e Edgar Mota, bateu um desamparado Diogo Ferreira.