Gasperini: coragem e convicção
Um dos atributos que mais aprecio no ser humano é a coragem. Coragem para seguir as suas ideias, os seus instintos, as suas convicções.
Coragem para continuar a acreditar mesmo quando os resultados não são imediatos. Coragem para compreender que o tempo é o melhor aliado de quem mais e melhor trabalha, de quem mais em si acredita, de quem procura seguir caminho mesmo quando o fim da estrada parece chegar já no próximo passo.
Gasperini, finalmente consagrado com um título (e que título) esta semana, é um dos maiores exemplos de coragem que conheço no mundo do futebol.
São cerca de 30 anos de treino. O que equivale a dizer que são cerca de 30 anos de espera. Mas também serão 30 anos de ideias, de convicções fortes, de trabalho. Serão 30 anos de imensa coragem para não se deixar abater pelo insucesso, pela ausência de títulos ou troféus.
O Gasperini que hoje está na ribalta na sua Atalanta B.C. é o mesmo que sucedeu a Mourinho na FC Internazionale Milano e não conseguiu que as suas ideias triunfassem.
É o mesmo que nos últimos oito anos teve de se reinventar, ano após ano, perante as saídas de Papu Gomez, Ilicic, Romero, Goosens, Castagne, Malinovski, Zapata, Muriel, entre outros.